quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O Avesso Dos Ponteiros
Ana Carolina

Sempre chega a hora da solidão

Sempre chega a hora de arrumar o armário
Sempre chega a hora do poeta a plêiade
Sempre chega a hora em que o camelo tem sede
O tempo passa e engraxa a gastura do sapato

Na pressa a gente nem nota que a Lua muda de formato
Pessoas passam por mim pra pegar o metrô
Confundo a vida ser um longa-metragem
O diretor segue seu destino de cortar as cenas
E o velho vai ficando fraco esvaziando os frascos
E já não vai mais ao cinema
Tudo passa e eu ainda ando pensando em você...

Tudo passa e eu ainda ando pensando em você!
Penso quando você partiu

Assim... sem olhar pra trás
Como um navio que vai ao longe
E já nem se lembra do cais
Os carros na minha frente vão indo
E eu nunca sei pra onde
Será que é lá que você se esconde?
Tudo passa e eu ainda ando pensando em você...

Tudo passa e eu ainda ando pensando em você!
A idade aponta na falha dos cabelos

Outro mês aponta na folha do calendário
As senhoras vão trocando o vestuário
As meninas viram a página do diário
O tempo faz tudo valer a pena

E nem o erro é desperdício
Tudo cresce e o início
Deixa de ser início
E vai chegando ao meio
Aí começo a pensar que nada tem fim...

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